O volume de negócios no setor caiu 33,3% e sinaliza uma tendência que pode resultar em declínio da atividade industrial e maior capacidade ociosa.
No ranking mundial, o Brasil está estacionado na 25ª posição. "Quem é a sétima ou oitava economia mundial não pode se contentar com uma 25ª posição”, critica o presidente da AEB, José Augusto de Castro, à Agência Brasil.
“O comércio exterior brasileiro está a reboque de outras políticas; ele não é protagonista. Ao contrário, é um mero coadjuvante”, disse Castro.
De acordo com a AEB, as exportações de manufaturados que o Brasil apresenta nos últimos três anos são menores do que aquelas que o país teve em 2007, ano que sofreu com o impacto do início da crise norte-americana. E a expectativa para 2018 é a mesma.
Há 11 anos, o país exportou US$ 83,9 bilhões em produtos manufaturados. Em 2017, foram US$ 80,2 bilhões; em 2016, US$ 73,9 bilhões; no ano anterior, apenas US$ 72,8 bilhões.
Na crise econômica mundial que começou em 2007/2008 nos EUA, as exportações brasileiras sofreram forte queda e isso impactou a indústria, sendo responsável por 50,4% da redução na produção industrial no período, de acordo com a Fiesp.
Para o secretário de relações internacionais da CTB, Nivaldo Santana, ter uma pauta de exportações ancorada em produtos primários é uma debilidade estrutural da economia brasileira.
"São produtos com baixo valor agregado, de baixa rentalidade. Isso somado a um universo de juros altos, câmbio flutuante e com o fim da política de conteúdo local fazem a indústria perder competitividade internacional e provoca uma diminuição crescente na participação do PIB", diz Santana.
Para o dirigente, a única saída para reverter este quadro de desindustrialização é a mudança na política econômica. "Um novo governo com agenda desenvolvimentista é a saída para superar essa situação", afirma.